Presumi ser capaz de trocar a perspetiva,
da lonjura de tempos presentes que se passaram.
Não vou tinir numa pontuação inexpressiva,
nem repetir o inane.
A historicidade dos outros cumpre objetivos na minha,
da qual recuso ser refém.
Os nossos signos semânticos,
a cintura verbal, lapidar,
são diálogos traduzidos
num procedimento que enriquece
as mensagens do aborrecimento.
Somos poemas em confronto.
Falamos com acerto em pensamentos difusos.
A maturidade poética das nossas almas
não se reflete na pueril velhice quotidiana dos corpos.
Paisagens, figuras, entretenimento, lar —
uma caligrafia poética começada na mão errada.
É preciso ler os signos pictóricos,
escutar-lhes a intenção escondida.
Artistas da palavra, da imagem,
renovamos linguagens,
resmungões semânticos e pragmáticos,
fazendo culto de um corpo de expressões.
Chamo-te David.
Serei a tua Mona Lisa.
Vejo-te como Sophia,
numa interpretação míope
do que não és hoje,
nem foste nos futuros de ontem.
Não sei escrever as conclusões
nesta folha da alma sensível.
E assim seguimos,
entrelaçadamente.
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