Sempre te senti a transbordar
de uma arte sensual que desconheces.
Coisas tão corriqueiras
que nunca percebeste:
a forma dos teus dedos a segurar a chávena de café.
A maneira ténue da tua língua
a bater nos dentes da frente —
esse doce falar enrolado.
O modo como pareces desenhar mentalmente
as coisas para as quais olhas.
As palavras que ponderadamente dizes.
E, enquanto reparava de forma subtil em ti,
deixei-me ir.
Acordei hoje às quatro e dez da manhã.
Disseram-me depois
que fora um terramoto.
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