A articulação total dos passos perdidos
torna-se numa orquestra gerida por ancas difusas.
Nessa globalização de emoções
existe um movimento que procura fixar-se,
irredutível, num coração mais sensível.
Até lá, em mais do que um sentido,
há extravasamentos autónomos
de liberdade cromática e olfativa.
Até lá, constate-se,
a lua encheu duas vezes,
marejando-nos os olhos
com a sua ilicitude romântica.
Recordam-se noites assim,
dias passados.
A articulação brutal de memórias.
Em franco movimento de expansão.
Uma língua rebatida
pela falta de vigor no seu exercício.
Uma sensação térrea
de não se pertencer a nada.
A contabilidade absurda de um suave ruído,
um roçagar de dedos
por obras de arte em prosa.
Expansão.
E Dalila.
Ao longe,
a luz da lua segue-nos para todo o lado.
O mundo está tranquilo
e, ainda assim, figura num estilo caótico
que teima em humanizar pretensões antigas
de quem não tem direito à temporalidade,
apenas à permanência de uma certeza sincera.
Nem sempre se pode contar
com o amanhã dos sonhos
e das esperanças prematuras.
É um contrassenso
solidificar passados compostos
em grãos mínimos de contrapartidas servis.
Com vigor conecta-se o presente
que — como a luz da lua —
nos segue para todo o lado.
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